terça-feira, 15 de março de 2011

Sonhos Engarrafados - Parte 1

Céu azul, uma nuvem evidenciava a forma de uma garrafa, as árvores dançavam ao som do vento que se fazia sentir pelo vale, no horizonte, vislumbrava a imensidão do oceano, e como era pacífico. Que tranquilidade, aquele lugar, que perfeição.
Fecho os olhos repentinamente! Algo me acertou mesmo no meio da testa! Cabrão do pardal! Cagou-me mesmo no meio dos olhos! Que nojo! Levanto-me e procuro qualquer superfície para me limpar, nem que seja o top, que é mesmo o que vai ter que servir para remover a cagadela de pássaro que já escorre pelo nariz. Limpo, e enquanto olho para baixo, deparo-me com a saia toda rasgada. No que antes só via a partir de um pouco acima dos joelhos, agora, por entre os rasgos, vejo que tenho cuecas azul-marinho rendadas. Eu nunca tive cuecas azul-marinho! Que porra é esta? Os sapatos também não são meus! Botas castanhas? Ahh... Não são castanhas! Quer dizer... são! Mas eram pretas. Não percebo, assim como não percebo esta enorme dor de cabeça, assim de repente, do nada. E onde se meteu o céu azul? Onde estão as árvores e o oceano? Concluo que era só um sonho, um lindo sonho que me transportou para longe da agitada, problemática e perigosa urbe onde toda a minha vida vivi. Tranquilidade, paz, céu azul e mar são alucinações inspiradas no que ocasionalmente vejo na televisão. Tão bem que me lembro de quando era criança e, na casa dos meus pais, havia uma televisão que estava sempre ligada. Por vezes, lá escapava dos castigos e via aquelas lindas imagens de campos floridos, praias maravilhosas... Tudo sítios que prometia a mim própria um dia visitar. Não consegui! Em 23 anos de vida ainda não consegui. Mas tenciono um dia conseguir, dê por onde der!

continua...

NOTA: Todo o conteúdo deste blog é da responsabilidade de um conjunto alargado de pessoas e respectivas atitudes, que sem muito esforço, conseguiram enlouquecer por completo o autor, provocando uma série de devaneios sem nexo, sem lógica e, definitivamente sem nenhuma razão de ser.