terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Poema Iraniano

Este poema retrata a relação entre melancia, banana, Natal e mísseis terra/ar.


Infeliz sou eu que não como melancia;
No verão ou no inverno é só banana;
Sim, a banana é muito, muito macia;
Mas eu quero melancia! A vida é uma sacana.

No Carnaval como banana no meio da destruição;
Na Páscoa como banana com os pés a tremer no chão;
Na praia como banana e ouço bombas assobiar;
No Natal como banana acompanhada por mísseis terra/ar.

Quando eu era pequenino e melancia eu desejava;
Andava descalço e nú, e banana eu mamava;
No Natal, melancia eu queria provar;
Mas pela chaminé só entravam mísseis terra/ar.

NOTA: Todo o conteúdo deste blog é da responsabilidade de um conjunto alargado de pessoas e respectivas atitudes, que sem muito esforço, conseguiram enlouquecer por completo o autor, provocando uma série de devaneios sem nexo, sem lógica e, definitivamente sem nenhuma razão de ser.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Um dia não são dias.. II


Ouço um latido ensurdecedor. Os cães do vizinho não podem sentir ninguém, e o camião do lixo muito menos, já que emite aquele irritante e característico apito.
É tão cedo! Não quero sair da cama. Abro os olhos. Ninguém! Olho em volta, e mais uma vez estou completamente só. Não gosto, mas como já vai sendo habitual, não estranho. Viro-me para o lado e adormeço por mais cinco minutos, que é precisamente o tempo que leva para que o meu horrível despertador comece a tocar aquele estridente som que me parece uma orquestra de grilos a guinchar dentro da minha cabeça. Acordo.
O sol ainda não nasceu, mas já se nota alguma claridade no ar. Inspiro fundo, bem fundo, e só isso parece ser suficiente para ganhar forças e enfrentar mais um novo dia.

Do quarto à casa de banho é num ápice, porque esta é uma daquelas manhãs muito frias. Abro a torneira da água quente enquanto dispo o pijama. Já quase não vejo o meu reflexo no espelho graças à densa neblina que se acumula. È bom! Significa que a água está bem quente, como eu gosto.
De volta ao quarto, sinto alguma dificuldade em escolher o que vestir. Hoje nada parece ficar bem com o meu pneuzinho. De onde é que isto veio? Há 10 anos não estava aqui! Tento não fixar o olhar, nunca se sabe se não poderá crescer se se sentir observado. A roupa! tenho de rapidamente escolher a roupa, mas nenhuma cor me agrada, nenhum género me agrada, nenhuma combinação me agrada. Visto o normal: Preto em cima, preto em baixo, e está feito! Brincos a condizer, o mesmo fio de sempre, e perfume esse, o mesmo de sempre. Hipnotizada pela minha imagem no espelho, penso se será sempre assim... Imagino-me velhota, numa casa velhota, sozinha com 50 gatos que brincam todo o santo dia com as teias de aranha espalhadas pelos cantos. Estou sentada na minha velhota cadeira de baloiço perto da janela, a olhar lá para fora onde jovens casais se passeiam de mão dada, abraçados, apaixonados aos beijos. E eu, na minha escura solidão de décadas, acaricio a mais velhota das minha gatinhas. Desperto do transe e poucos segundos haviam passado. Apago aquela triste imagem da minha cabeça e continuo os meus afazeres.

O meu pequeno-almoço é leve, aliás como sempre: uma tijela de cereais integrais com leite magro. O pneuzinho sorri na minha direcção, mas tenho que me alimentar. Como enquanto quase choro com as desgraças que passam na televisão logo de manhã. Ainda liberto uma lágrima e borro a pintura, mas o tempo está todo controlado. Contenho-me, limpo-me e retoco-a muito rapidamente. Se demorar muito tempo, ainda me atraso para o emprego, e isso seria o fim do mundo.
Ouço nas notícias que da parte da tarde há grandes possibilidades de ocorrência de aguaceiros, que é assim que eles falam. Não podiam só dizer: “Agasalhem-se moços, que vai chover!”? Talvez não! Depois não se percebiam uns aos outros. Vou ao armário de parede buscar o meu casaco e, à saída, pego o guarda-chuva.
Já na rua, debaixo de um sol abrasador, encontro o meu vizinho: "Bom dia, vizinha! De guarda-chuva? Com este calorão?" – "Bom dia. Disseram que podia chover", respondo intrigada por vê-lo de t-shirt, descontraido e despeocupado.
 Vou para o carro, tudo corre dentro do planeado. Pelo caminho encontro um acidente do outro lado da estrada. A fila está enorme do lado de lá, cheia de curiosos sem vida própria, que parece que não têm sítio para ir, a observar os destroços, quiçá à procura de cadáveres para que o dia lhes corra melhor enquanto pensam: "Ainda bem que não sou eu ali!". Os intervinientes do acidente estão fora dos carros em claras demontrações de masculinidade, libertando largas quantidades de testosterona, tanta que até lhe sinto o odor.

Chegada ao emprego, pico o ponto e vou para o meu gabinete, enquanto aprecio todo aquele alvoroço matinal. Recebo montes de "Bons Dias", e outro tantos desejos de bom trabalho. Penso que será porque sou nova aqui. E até estou a gostar de cá estar, não fosse o facto de andar cronicamente aborrecida. Sinto a falta de algo, mas o quê?
A manhã passa rápido. Andei sempre atarefada. O almoço hoje é sandes de galinha e um néctar de pêssego. Se há coisa que me aborrece é cozinhar, especialmente só para mim.
No snack-bar, a D. Adeleide faz das suas. Vai dizendo as suas piadas e pregando as suas partidas enquanto serve a clientela, que ri a bandeiras despregadas. Observo aquilo e pergunto-me porque não sou assim tão bem disposta. Porquê? Se há alguns (não muitos) anos, eu o era? Tinha boa disposição e humor para dar e vender, mas hoje, não. Eu quero, mas não consigo, o que me deixa ainda mais triste.
De regresso ao gabinete. Mais quatro horas de papelada para despachar. Recebo um SMS. É um amigo a convidar para um copo logo à noite. Respondo prontamente que sim, até porque, para além de gostar da sua companhia, não tenho nada mais interessante para fazer.
Lá fora chove a cântaros, tal como anunciado. Na minha cabeça, o meu vizinho, de t-shirt, encharcado, a tremer de frio. Liberto uma audível gargalhada. As pessoas em meu redor olham para mim com indignação estampada na face. Coro e afasto-me graciosamente, só para rir mais um bocadinho. Há que aproveitar estes momentos. Têm sido raros.

Findo mais um dia de trabalho, apresso-me a ir para casa. Tenho de tomar mais um banho, escolher a roupa, os acessórios, o perfume, a disposição. Isto são coisas que levam o seu tempo.
Tou despachada. Levo companhia, claro. Não posso ir sozinha, e sempre que pode, ele faz-me companhia nestas saídas. "Vamos?", pergunto. "Não sei. Vê lá. Se ainda não tiveres atrasada o suficiente, posso esperar mais um pouco!" - diz o cabrão, num tom que nada me agrada. Vamos!
Tivemos sorte. Conseguimos estacionamento mesmo em frente ao bar. Entramos. O meu amigo já lá está à nossa espera. Sentamo-nos. Ele trouxe outro amigo e diz esperar mais um. O meu coração acusa qualquer coisa. De repente e do nada, ganha vontade própria e quer saltar-me pela boca, parece querer fugir dali para fora. Engulo-o para que regresse ao seu lugar. Mesmo assim, está louco. Salta, salta, salta.

Ele também vem e... eu estou cá, e... como reagirei? Tenho medo! Estou aterrorizada, começo a aquecer. O suor escorre pelas costas. Eu sinto. Na esperança que ninguém tenha notado, fingo procurar algo na mala enquanto, muito discretamente, dou profundas inspirações, na tentativa de me acalmar. Passou. Por fim acalmei.
Ouço a porta a abrir. Alguém está para entrar. E entra. É ele! Fixo o olhar nele e nem reparo que está completamente encharcado do temporal lá fora. Pareceu uma eternidade, vê-lo entrar, sacudir as gotas do cabelo, despir o casaco, pendurá-lo e dirigir-se para a minha mesa com os olhos fixados em mim. Por outro lado, tudo me pareceu tão rápido. E foram tão rápidos os dois beijos na face que ele me deu. Sim, dois! Embora o meu desejo fosse só um, mas não na face...
Bebo um chá. Conversamos um pouco os cinco e, olho para ele. Ele olha para mim. Sinto-me constrangida, mas não consigo desviar o olhar. Eu quero, mas não consigo. Nem ele! Porque será que me olha assim? Será que sente o mesmo que eu? A dúvida fica a pairar no ar, e desespero...
O tempo passou mais rápido que o desejado, pelo que, à hora de irmos embora, não consigo esconder o meu ar de desalento.
Ele levanta-se, despede-se e sai. Observo enquanto ele se afasta, com um enorme desejo de ganhar coragem para o interpelar e pedir-lhe que não vá, e fique comigo. Mas isso não acontece e ele desaparece para além da porta de saída. Nós também nos vamos retirar. Estamos à porta do bar quando, do nada, aparece o empregado empunhando um telemóvel: "É vosso?", pergunta. "É do nosso amigo", digo eu! E sem que ninguém pudesse evitar, arranco-lhe o telemóvel das mãos e começo a correr no sentido em que ele se dirigiu, na esperanças de ainda o encontrar. Vejo-o! Chamo pelo seu nome bem alto para que não ouse não ouvir. Ele ouve e vira-se para mim com o mais lindo dos sorrisos. Acalmo, e enquanto me aproximo, estendo-lhe a mão com o telemóvel, na esperança que a recompensa fosse um ofegante e profundo beijo. Mas não! Ao invés disso, ficamos enbasbacados a olhar um para o outro durante horas. Durante esse tempo consegui contornar todos os traços da sua face, nariz, boca, com os meus olhos. É tão lindo!!!!!
De repente, sinto arrepio na espinha. Ele tocou-me no ombro, o que provocou esse efeito. Desperto e ouço um grito! Era o meu nome. Não se passaram horas, mas poucos minutos, e o meu irmão chamava o meu nome. Tinha de ir.
O meu maninho fala comigo, mas a única coisa que consigo fazer é olhar para ele com o mais estúpido dos sorrisos. Ele ri-se! Enquanto me dirigo para casa, levo no pensamento a imagem de perfeição daqueles lábios. E penso, desejo, voltar a reencontrá-lo e esperar que um dia aconteça. Que um dia aconteça aquilo que senti que também ele quer, mas que, por alguma razão não o consegue.

NOTA: Todo o conteúdo deste blog é da responsabilidade de um conjunto alargado de pessoas e respectivas atitudes, que sem muito esforço, conseguiram enlouquecer por completo o autor, provocando uma série de devaneios sem nexo, sem lógica e, definitivamente sem nenhuma razão de ser.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Serenata

Sorte maldita! Atroz caquêrada nos entrefolhos! Impiedoso coice nos atafazes!
É como leite que derrama, como o ovo estrelado com a gema sólida, como o guisado quimado...
Raisparta este mundo! Raisparta esta vivência sem sentido, em que o único propósito continua uma incógnita! Raisparta o Homem, que faz sofrer! Raisparta o animal, que sofre! Raisparta o pão bolorento! Raisparta o copo vazio! Raisparta o raisparta!!!!!!
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sábado, 30 de outubro de 2010

Era uma vez

Era uma vez... Bem. Supostamente é assim que deve começar qualquer história! Em vez disso, não! Não esta! Esta começa assim:
Eram duas vezes...
... Numa dessas vezes, diz que aconteceu uma vez (nessa altura pela primeira... vez!), um acontecimento. De seguida vieram mais e aí sim, se tornaram vezes.
Na outra dessas vezes, foi o caos. Começou a multiplicação com o vezes. Do um vezes um, ao nove vezes nove, prefazendo um total de 1705.
Em 1705 não se passou nada de relevante para inserir neste post deste blog, no entanto se contarem o número de vezes que eu escrevi vezes, contarem o número de vezes que escrevi vez, contar o número de linhas até agora (AGORA!!!!), depois somar tudo ao 1705, e no fim subtrair a esse número, 29,  poderão constatar que aí sim, já existem vários acontecimentos relevantes para o público em geral e para ti, em particular:
- Nascem Sugar Ray, famoso pugilista norte-americano, Filipe La Féria, encenador português; morre Boticelli, famoso pintor italiano; e, para acabar com o sofrimento e irem trabalhar mais um pouco, jantar, dormir, ou mesmo cortar as unhas dos pés, eis que também a Assembleia Geral da Organização Mundial de Saúde retira a homossexualidade da sua lista de doenças mentais, sendo que também é comemorado o Dia Internacional contra a homofobia, e da Internet.
Beijinhos e abraços, chochinhos e amassos!!!

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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Reload...

Our re-encounter twenty years later was, in fact, a very pleasant surprise. When I least expected, in one of those moments i often had, when I was not thinking about her, this girl came to me and said: “Hi, do you remember me?” - My heart jumped out of my control, my hand got instantly sweaty, I felt a mix of joy and terror, and I sincerely believe my cheeks went red for an instant.
“Of course I remember you!” - How could I forget the most beautiful girl I’ve ever seen? And she was even more beautiful then what I remembered.
At first we were both so nervous that our thoughts ran over the words that were trying to get out of our mouths, and only after a while did our conversation started to make any sense. Our actual life were the main subject - Where we married? Did we have kids? Where were we living? Then... the Past! Our past together was somewhat happy but painful as well. Not only for me, but for both. Maybe even not noticing it, we missed one another. And maybe, maybe... we spent the last twenty years waiting for the other.
The weeks went by and we agreed not to let more twenty years separate us. So we did. Even at the distance, we kept contact, talking and messaging every day. Why? We were soon to find out.


NOTA: Todo o conteúdo deste blog é da responsabilidade de um conjunto alargado de pessoas e respectivas atitudes, que sem muito esforço, conseguiram enlouquecer por completo o autor, provocando uma série de devaneios sem nexo, sem lógica e, definitivamente sem nenhuma razão de ser.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Doutores da treta


Quem já cometeu o erro de fazer da sua experiência de vida, a vida dos outros?
Acredito que todos nós, uns mais, outros menos, já presumimos que o que é bom para nós, é bom para toda a gente, mas são os nossos amigos que levam com os nossos “disparates”. E quando se juntam duas pessoas em que uma não tem o dom da audição, e a outra carece do dom da aceitação, tá o caldo entornado. Dá chatice.
Para quem não sabe, isto é um cocharro. É de cortiça e provem de um nó do tronco de sobreiro. Serve para para beber água. Era muito encontrado na fontes.
Os supostos senhores doutores que pensam que sabem tudo só querem que os amigos sigam os seus conselhos visto que resulta. Mas para esses mesmos supostos senhores doutores!
Os queixosos queixam-se e, supostamente, procuram soluções, e só eles é que sabem como são e o que sentem. É verdade! Mas um passarinho disse-me que custa julgar-se certo nas suas convicções e não ter uma reacção afirmativa da outra parte. E será que é necessário sentir essa reacção? Em determinadas alturas, aquelas mais críticas, diria que sim. “Eu é que sei!” Mas noutras, aquelas, como esta, a frio, analisando o outro ponto de vista, diria que não. Diria mesmo que “cada pessoa sabe de si, e Deus sabe de todos!” – mas não digo que sou ateu.
Se por um lado o passarinho se interroga porque raio o amigo não aceita os seus conselhos, já que nem são esquisitos, nada de prejudicial à saúde, nem estranho - se não resulta pelo menos seguiu bons conselhos – por outro, porque raio há-de insistir com outro adulto, que só por si já se sente horrivelmente mal, numa mudança que essa pessoa não está disposta a fazer, até porque não acredita que é a solução para si?

Normalmente acontece isto entre amigos, em que um precisa de algum tipo de ajuda, e o outro disponibiliza-se a ajudar:

- Aiiiii!!!!! Tou mesmo mal. Doi-me tanto a mão.
- Não te sentes em cima dela, ora!!
- Não digas disparates. Isso comigo não resulta. Quando me doi a mão, doi mesmo e não há nada a fazer.
- É pá!! Então… Toma qualquer coisa para as dores, enquanto pensas numa solução mais viável.
- Não sejas ignorante. Não há solução para isto.
- Então merda!!! Corta a mão!!!!
- Lá tás tu com as tuas coisas!!!!

Aqui a dor na mão não desapareceu, e os amigos chateiam-se, sendo que o suposto senhor doutor não ajudou em nada, pelo contrário.

Por outro lado, uma conversa saudável entre amigos, em que um precisa de algum tipo de ajuda, e o outro disponibiliza-se a ajudar, seria:

- Tou mesmo mal. Aiiiii!!!!!!! Doi-me tanto a mão.
- Pois. Então vai a um médico, ou faz o que costumas fazer, nessas ocasiões.
- Yá.

E aqui ficamos felizes porque não houve chatices, embora a dor na mão permaneça.


domingo, 11 de julho de 2010

Um dia não são dias..

Amanhece! Discretamente, o sol rompe pelas ranhuras da persiana. A sua luz toca-me nos olhos, e muito suavemente vou acordando. Mais um dia começa! Um novo despertar cheio de supresas. O que este novo dia me trará? A dúvida invade a minha paz, e de repente, acordo! Abro os olhos, e olho em meu redor. O que há poucas horas era um quarto sem luz, escuro e sombrio, agora se transforma no mais radiante dos lugares. O único onde verdadeiramente me sinto dono e senhor de mim próprio. Mas não por muito tempo.
Sem ter consciência do que me espera, levanto-me, faço todos os preparativos para a saída daquele lugar pacífico, sereno, e enfrento o mundo lá fora sem medo! Eu vou!
O pequeno-almoço é o costume: uma tigela de cereais com leite. A televisão mostra as desgraças que se passam no mundo. E estão cada vez mais perto de mim! Não posso desanimar e desistir assim tão facilmente, e por isso continuo com o planeado: Sair de casa!
No estacionamento, o vizinho, à pressa para as suas responsabilidades, coloca o filho no carro, põe-lhe o cinto, fecha a porta, dá a volta, entra no carro e abala, mas não sem antes me acenar com a cabeça, como quem diz "Bom dia". Eu respondo e continuo caminho para o meu carro que me espera, impacientemente, desejoso de sair do sítio onde passou mais uma friorenta noite de Inverno. Entro no carro, e antes de fechar a porta, a minha vizinha: "Bom dia, vizinho!". "Bom dia, vizinha!", respondo com um sorriso em resposta ao simpático e aparentemente sincero sorriso dela.
Mas espera! Também eu tenho uma filha. Que faço eu aqui? Há que voltar atrás, ir buscá-la, e levá-la à escola.
Aborrece-me imenso ir trabalhar, há outros assuntos pendentes, mas não há como fugir. Tem de ser! E lá vou eu!

Café!! A 'Sabelinha, que trabalha no café do Sr. Antunes, tira uns esplêndidos cafés, e é lá que vou antes das responsabilidades. Aquele sítio é como muitos outros, mas uma pessoa habitua-se aos sons, às caras, vozes, cheiros... É imperdível o som do moinho de café a moer os grãos, aquele cheiro, as vozes dos clientes: "Bom dia. É um café, por favor!", ou a Sabelinha: "Bom dia, Sr. Zé. É o costume?".
Bebo o meu! Leio os títulos do jornal. Acompanho com um cigarro - Vivam os extractores de fumo! - Infelizmente, acordo para a realidade e ponho-me a caminho do inevitável, por muito que custe.
A estrada reflecte uma dolorosa claridade. Havia chovido durante a noite. Na berma da estrada dois carros batidos num aparatoso acidente. Será que alguém ficou mal? Mesmo que não me interessasse, sou obrigado a olhar, porque não há ninguém que não goste de assistir a uma pequena desgraça logo de manhã, para despertar. Desde que seja a dos outros! E olho. Os intervenientes do acidente encontram-se bem de saúde. Bem demais! Tenho os vidros fechados e a música ligeiramente estridente, mas mesmo assim ouço os gritos de um em direcção ao outro, e vice-versa. Cada um deles atribui culpas ao outro, e assim continuam enquanto me afasto, lentamente, até porque não me deixam ir mais depressa. Cambada de curiosos sem vida própria!
O dia de trabalho começa sem novidades. As mesmas pessoas, o mesmo computador, os mesmo softwares, o mesmo tudo. Só a data ao canto do monitor me informa que algo está diferente.

São oito. São oito as horas que passam, por vezes devagar, outras mais depressa, o que não deixa de ser bom. No entanto, sem me dar conta, já tenho 30 anos e ainda ontem tinha 21.
Vou para casa, mas não sem antes passar pelo infantário buscar a míuda. Ali sim, é a azáfama da hora de saída. Todas aquelas crianças aos gritos, aos saltos, a brincar. Renova-me a esperança que um dia as coisas serão melhores, mais fáceis, mais simples, que algum dia foram para mim.
Não me considero um azarado, mas há certas coisas que não são fáceis, talvez para todos, mas eu não sou todos. Eu sou eu! A minha educação obriga-me a engolir sapos do tamanho de bois, mas não devia. Enfim... Levo a míuda à casa da mãe que é com ela que ele vive. Longe de mim separar uma criança da melhor coisa que pode ter: a mãe! Deixo-a lá e regresso à minha solidão. Tenho família e amigos. Posso sempre, depois do jantar, ir beber um café com alguns amigos, mas será suficiente?
Janto com a companhia do computador - engraçado como a evolução é. Há 60 anos a companhia de alguém era o parceiro ou parceira, desde há 20 anos que é a televisão e, hoje em dia, o computador. Há o YouTube, as séries online, o Messenger, o Facebook... - Converso com alguns amigos e aí combino o café.

Saio de casa, mais uma vez encontro vizinhos pelo caminho. "Boa noite, vizinho!". "Boa noite!". Sempre com sorrisos de orelha a orelha que rapidamente se desfazem ao se afastarem. Não que se desgostem, mas também não há do que gostar, não nos conhecemos...
Lá fora chove desde o meio da tarde. Já há muitas horas que é de noite, mesmo que o telemóvel ainda marque 20h30. Apressadamente dirigo-me ao carro, abro a porta, entro. Fiquei completamente encharcado. Sacudo-me e coloco a chave na ignição. - Uma coisa muito importante dentro de um carro de um homem: a música! Tem de haver sempre música dentro do carro, senão a depressão instala-se, e até deixava de ver a estrada.
Estaciono em local proíbido, mas o mais perto possível do bar onde nos vamos encontrar: eu, três amigos, e... ela! Ela vai lá estar. Havia confirmado a sua presença pouco antes de sair de casa, o que me deu mais algum ânimo e vontade de enfrentar a violência do vento e chuva que insiste em não cessar, causando pânico e distruição à minha volta. Mas sou egoísta e egocêntrico, e o sofrimento dos outros a mim pouco me diz. Já tenho o meu... Mesmo que não o seja, parece-me mais grave ainda.

Entro no bar. Pareço um pinto, o que me torna ainda mais sexy aos seus olhos, mesmo que a boca nada diga. Cumprimento toda a gente e sento-me à sua frente, mas não directamente. Isso seria muito mais constrangedor, dadas as circunstâncias. O namorado dela está ao seu lado e agarra-lhe a mão ainda com mais força à medida que me aproximo. Ouço o que conversam e começo a participar, lançamos piadas, rimos todos. Nenhum de nós sabe a infelicidade de vida que cada um dos outros tem, mas isso ali não é importante. O importante é o convívio e a boa disposição. Aquele curtíssimo espaço de tempo serve de escape à dura realidade que enfrentamos. Quando estamos ali, não queremos saber dos problemas dos outros, nem que os outros saibam dos nossos. Ali é para rir e falar de banalidades.
De repente sinto algo. O que é isto? Doi, mas... é bom! Sabe tão bem, mas... magoa! Um olhar perfurante, sensual... É discreto para todos menos para mim. É um desejo tornado realidade. Será? Será possível que ela esteja "de olho" em mim? Devolvo o olhar, mas não por muito tempo. Aquilo não pode estar a acontecer.

Um café, uma água das Pedras e três imperiais depois, estamos prontos para sair dali, e rumar aos respectivos lares. Despedimo-nos uns dos outros muito rapidamente, excepto... Quando nos vamos despedir com os  tradicionais dois beijos na face, demoramos mais tempo que o que seria normal, e ali ficamos, só encostados. Parece uma eternidade, no entanto passa tão depressa. Depressa demais. E acaba. Afastamo-nos em direcção aos carros e, quando estou a abrir a porta do meu, ouço o meu nome. É ela, e vem a correr para mim. O meu coração dispara e acelera para além do meu controlo. Os cantos da minha boca vão-se elevando, formando uma espécie de sorriso, num misto de felicidade e terror. Vê-la dirigir-se na minha direcção faz-me imaginar tudo aquilo que já havia desejado vezes e vezes sem conta. Um beijo! Um longo e molhado beijo entre nós. Antes de parar a sua marcha, ela abranda o passo, estica a mão direita, mas como está escuro, não percebo porquê. Penso que poderá querer abraçar-me, mas... Será? No que se aproxima diz: "Esqueceste-te do telemóvel". - Nas animações vê-se a personagem com um balão de pensamento a pairar por cima da cabeça, com a imagem desejada. À face da desilução, o balão desvanece-se. Assim foi comigo. Esbocei o mais forçado dos sorrisos alguma vez visto e agradeci-lhe, enquanto o contacto visual se mantinha. E manteve-se durante o que pareceu horas. Aqueles olhos verdes contornados a preto, as longas pestanas, as sobrancelhas tão lindas e bem arranjadas... Tudo à volta desapareceu, a minha visão afunilou para os mais lindos olhos alguma vez vistos, deixei de ouvir qualquer tipo de som ou ver qualquer tipo de imagem à minha volta. Só os olhos dela! Os carros passavam, mas só o sei porque já os tinha visto a descer a rua. De repente foi o nome dela que ouvi ao fundo do túnel, muito baixinho e, comecei a despertar. Outra vez o nome dela. Mas que raio?!!? Desta vez um pouco mais perto. À terceira foi de vez e ouvi a realidade daquele som que teimava em ser ouvido. Era o namorado dela que a chamava aos gritos no meio da rua, bem audível. Toquei-lhe no ombro e disse que tinha de ir. Também ela despertou do transe em que se encontrava, despediu-se com uma expressão de felicidade no olhar e afastou-se. Este foi sem dúvida, o momento mais constrangedor, alegre, feliz, assustador, aterrador, petrificante da minha vida.

Entro no carro, dou à chave, ligo o auto-rádio e vou-me. Cedo aquele acontecimento inunda a minha consciência, e fico a pensar no sucedido. Mas eu não quero pensar naquilo. É uma fantasia. Uma linda fantasia, mas sem o deixar de ser. Quero não pensar. Levanto o som. Ainda não chega. Mais um bocado. Não! Ainda não. Mais, e mais, e mais, e mais, e mais... Até que já não noto diferença entre a música e o rasgar das colunas. O auto-rádio não dá mais, as colunas saltam das portas da frente e a chapeleira dos carro dança. Quer dizer, dançar não dança. Salta, toca no tecto do carro e volta para baixo, só para fazer o mesmo trajecto de novo. Aqueles olhos não me saiem da cabeça, então desisto. Momentos antes de me rebentarem os tímpanos, baixo o volume, e vou para casa a apreciar a música que me acompanha nas minha viagens, e a pensar na beleza feminina que me acompanhou numa noite de amizades, mesmo que ela própria acompanhada. E, apesar de tudo, sabe bem!

NOTA: Todo o conteúdo deste blog é da responsabilidade de um conjunto alargado de pessoas e respectivas atitudes, que sem muito esforço, conseguiram enlouquecer por completo o autor, provocando uma série de devaneios sem nexo, sem lógica e, definitivamente sem nenhuma razão de ser.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

O fantasma das cuecas rotas foi despedido

Há uns dias ouvi a minha filha proferir as seguintes palavras:
- A hua tá o onstro das quecas cozidas!
E eu: - Hã????? Quem te disse isso?
- A Déia!
Isto faz-me temer pelas crianças de hoje em dia. No meu tempo, há coisa de 20 ou mais anos, quem atormentava os meus sonhos era um fantasma de cuecas rasgadas, a quem dávamos 5 escudos para o gajo ir comprar outras novas, na esperança que nos largasse, e deixasse dormir descansados.
Só não percebo porque carga d'água tiraram as cuecas ao pobre fantasma, e deram-nas já cozidas ao monstro. Quer dizer, ficamos com um monstro com uma cuecas usadas durante décadas e um fantasma nú. É da crise!!!
O monstro veio em substituição para atormentar os sonhos de miúdos e também alguns graúdos. Só a visão de umas cuecas sei lá eu em que estado, visto serem mais velhas que eu, tira-me o sono por completo. O fantasma, esse, foi acusado de atentado ao pudor, por andar nú por aí, e despedido por justa causa, acabando falido, mesmo tendo uma conta na Suiça, recheada de moedas de 5 escudos, mas que hoje não valem nada graças ao Euro.
NOTA: Todo o conteúdo deste blog é da responsabilidade de um conjunto alargado de pessoas e respectivas atitudes, que sem muito esforço, conseguiram enlouquecer por completo o autor, provocando uma série de devaneios sem nexo, sem lógica e, definitivamente sem nenhuma razão de ser.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

É da ganza ou do monóxido de carbono??


Tem sido complicado escrever para este meu blog, visto que os burros não me dão descanso.
Tentei fazer um apanhado dos jornais portugueses à procura de algo para desancar, mas é só desgraças. E pior!! Desgraças com crianças envolvidas, e eu não vou por aí.
Vou para a visita do Papa dezasseis, quer dizer, Papa Bento XVI a Portugal, em Maio. Ainda bem que o problema que aterrorizava a Igreja está resolvido. Os homossexuais afinal já podem casar! Assim, ficamos todos mais descansados, inclusivé o papa-hóstias que já nos fascinar com a sua presença, em Fátima, Lisboa e Porto, de 11 a 14 de Maio, onde poderá começar o seu discurso com: "Filhos de Deus e homossexuais, estamos aqui reunidos hoje para celebrar a igualdade de direitos e..."

Mantendo o alto nível do nosso país, no mesmo mês, nos dias 14 e 15 de Maio, vai-se realizar em Lagoa, no recinto da FATACIL, o Allove Festival, assumido como o 1º festival de gays, lésbicas, bissexuais e transgéneros de Portugal. Graças a alguém que começa no dia 14! Desta forma, o Papa Bento ainda pode visitar o festival e abençoar toda aquela gente bem-amada pelo Vaticano e arredores.

O que se passa com esta juventude reprimida com recalcamentos ocultos para andar a violar idosas? Ou então... Qual será o problemas das septuagenárias alcoolizadas de hoje em dia, que não podem ver um rapaz jeitoso, que querem logo ser violadas por ele? Isto anda tudo de cabeça para baixo!! Não sei se sou eu, se é o mundo, mas não devo ser eu, que não me doem os braços. E doiam se andasse em pino por aí, acreditem.

O mundo desportivo está em alvoroço. Quem afinal tem o corpo mais sexy do Mundial da África do Sul? David Beckham ou Cristiano Ronaldo? Todos as competições deviam parar até Junho para resolverem este dilema! Ahh, mas... vão mesmo parar!!!! Estes gajos são fantásticos! Pensam em tudo!!!
Está em alvoroço por isso e pelo jogo de hoje entre o Benfica e o Liverpool.

A banda do momento, os Tokio Hotel quase que deslumbraram, ontem, dia 7, no Pavilhão Atlântico, em Lisboa. Quase!!!!! Sim, porque mesmo com meia dúzia de meninas e, espante-se, meninos histéricos, a assistir ao concerto, dos alemães armados em alemãs, as reações já não foram as mesmas de outros tempos. Enquanto que antes as meninas faziam lembrar as histéricas fãs dos Beattles, hoje, mesmo com meninos histéricos à mistura, nada se compara ao antigemente. A comprovar isso mesmo, está a Maria Adeleide, técnica de limpezas do Pavilhão Atlântico: "Isto tivemos muito menos trabalho que com qualquer outro artista que tenha cá passado, chouriço! Só menos de metade da sala é que tinha tufos de cabelos e restos de unhas roídas".
NOTA: Todo o conteúdo deste blog é da responsabilidade de um conjunto alargado de pessoas e respectivas atitudes, que sem muito esforço, conseguiram enlouquecer por completo o autor, provocando uma série de devaneios sem nexo, sem lógica e, definitivamente sem nenhuma razão de ser.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Tempos Modernos - Parte 1

Há uma revista regional que me acompanha há já muito tempo, e mais de há 3 anos a esta parte. Actualmente trabalho lá.
Pois, até à altura que para lá fui trabalhar, quando a folheava, era para, e como a maioria das pessoas da minha idade, rumar direito à secção das Noites Algarvias, onde se espera sempre encontrar fotos de pessoas conhecidas. É esse o único objectivo de consultar essa secção da revista.
A secção das Noites Algarvias consiste numa página por estabelecimento de diversão nocturna (leia-se bar, discoteca, dacing ou mesmo boite), com uma foto do aspecto geral do estabelecimento, normalmente, da pista. Nesta página existe também um pequeno texto alusivo ao espaço nocturno e, o mais importante: as fotos dos clientes com as respectivas legendas. É essa parte que nos interessa. Cuscar quem anda a sair à noite e onde vai.
- Olhá Xana!!!!! Hehehe. Que é que ela faz no Wild??? Ganda maluca!!
São expressões deste género que se ouve um pouco por todo o Algarve, todos os meses. Isto quando estamos sozinhos é assim, mas quando acompanhados:
- Olha aqui! Olha! Olha aqui no Outro! Eu conheço! É o Artur!! - ,como se fosse motivo de orgulho conhecer alguém que tá sempre em bares e que provavelmente já bebeu mais que a conta e acabou por aceitar ser fotografado por uma revista.

Todos os meses encontramos algum amigo ou amiga na dita revista e, da próxima vez que o encontramos fazemos referência a isso:
- Então, pá!!! Agora és importante, é?? Sais nas revistas, já não falas ao pobres!!!
Mas isto era antes! Era, era! Agora o caso muda de figura!
Enquanto folheava a revista de um certo mês, encontro uma única cara conhecida. E faço o quê? Vou falar com ela e digo-lhe que é importante porque já sai em revistas? Não me parece! Eu até sou seu amigo! … no Facebook!
Pois é! Agora temos novos amigos: os das redes sociais! E eu, antiquado que sou, e desde muito novo habituado a amigos reais e palpáveis, não consigo dirigir-me a essa pessoa e dizer:
- Não fales aos pobres!!! Tá?? Agora a menina é importante e sai em revistas, e tal!!!
E era o que fazia quando realmente conhecia a pessoa fotografada, tudo na base da brincadeira. Se brinco desta forma com uma “amiga” do Facebook, passo por predador sexual, no mínimo. Fico quietinho no meu canto, à espera de encontrar alguém realmente conhecido.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Love! So special and true.. Tradução: O Amor é tanto de verdade

Está bem! A pedido de muitas famílias respeitosas, imaculadas, vou, até ver, deixar de abordar temas que envolvam palavras como merda, poito, peido, bufa, pêlos púbicos e demais nojices.
Concordo também, até ver, mais uma vez, em deixar de escrever palavrões tipo merda, foda-se, caralho e outras mal-criadices impróprias a menores.
Respondendo também a inúmeros pedido que me inundaram a caixa de correio electrónico, os temas que passarei a abordar irão estar de encontro ao apelo aos sentimentos, à humanidade, à solidariedade, e demais temas malencólicos de carácter sentimental e sério.
Então, sem demais delongas, comecemos! e vou começar por falar do sentimento que rege a vida dos 6.5 milhões de habitantes deste massacrado planeta: O Amor!
O Amor é um sentimento que não conhece egoísmo, maldade, inveja...
Há vários tipos de amor, mas só vou referir dois deles.
Um dos tipos de Amor é aquele que se diz. Há uma nação internacionalmente conhecida por amar tudo e mais alguma coisa, os Estados Unidos da América. Eles não só amam a família, os amigos, os animais de estimação, como amam a Coca-Cola, o McDonald's, o KFC e o Take-Away. Mais fantástico que isso, só mesmo o amor que nutrem pelas suas "bombas", os seus carros banheira. Aquelas máquinas com 350 cavalos, 7000 de cilindrada, e que "bebem" 150 litros de GASOLINA aos 100 Km. Por outro lado, os gajos odeiam as caixas de fósforos europeias, com 75 CV, 1200 de cilindrada, com consumos de 4 L aos 100, mesmo que atingam, pelo menos, os 180 KM/H. Tudo abaixo dos 400 KM/H, e que não caguem poluição equivalente ao cagado por um pequeno país sul-americano, não chega para eles.
Mas de ódio falarei noutro dia. Primeiro tenho de fazer o meu trabalho de casa pedido pela minha psicóloga, de modo a saber a opinião dela acerca disso, e ver se me permite tal afronta ao meu tratamento.
Depois existe o Amor sentido, o Amor sincero, o Amor altruísta, aquele que se sente pela família e amigos, verdadeiros amigos. Mas mesmo aqui arriscaria a separá-los. Por Amor à família sacrifica-se muito mais que por Amor à amizade, não deixando de ser Amor.
No entanto, eu não me dirigo a um amigo e digo que o (a) amo. Porquê? Não sei. Eu e a minha psicóloga estamos a trabalhar nisso.
E há quem o faça. Será verdadeiramente sincero? Um pai diz a um filho que o ama, e realmente nunca o abandona. Bate, castiga, proíbe e, por mais merda que o filho faça, ajuda-o sempre. Será este o verdadeiro Amor? Não sei. Eu e a Dra. estamos a tratar disso.
Um amigo diz a outro que o ama, o outro comete um erro, o primeiro caga-se para ele. Será que o amava mesmo? Não sei. Eu e a minha psicóloga estamos a tratar disso.
Então o que é o Amor que não um rio que nunca seca, um sol que nunca arrefece? Será apenas um desabafo? Não sei. Nem nunca vou saber. A Sra. Dra. acabou de renunciar à psicologia e dedicar-se ao eremitismo.
Dentro de uma caverna há Amor? No deserto há Amor? Nas cozinhas do McDonald's há Amor?
O que é o Amor?

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Açorda de telemóvel

Segundo um estudo da ANACOM, no final de 2009, existiam perto dos 16 milhões de assinantes de telemóvel, o que dá 150 telemóveis por 100 habitantes, o que por sua vez dá 1,5 telemóveis por pessoa.
Ora eu sei o que faço com um telemóvel, mas o que faz alguém com um telemóvel e meio? que utilidade poderá ter meio telemóvel? E qual das metades será? O visor? O teclado? Com o visor ainda dá para ver uma fotos, mas não há botões para comandar... Com o teclado, carrega-se nos botões e ainda se pode ouvir o bip das teclas, mas não se veêm resultados!
É normal ter-se um telemóvel, mas é parvo ter-se mais meio!

Mudando de assunto: Os portugueses admitem já não conseguir viver sem telemóveis, o que tembém é parvo, mais: É estúpido! Não se consegue viver sem água nem comida, e vá, tenho de admitir: sem 1 telemóvel, mas consigo viver perfeitamente bem sem meio telemóvel!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Alucinação Interminável - Parte 2 (repescagem)


(ler a parte 1)

Pé após pé, cajadada após cajadada, passo após passo, lá vai Anacleta a assobiar uma música da Britney Spears, uma artista nova no panorama artístico-cultural da zona. Passado algum tempo (2 minutos), a "Avozinha" sente uma enorme necessidade de pousar a trouxa no chão e descansar (dizem alguns anti-Avozinha que não era bem descansar que ela queria, mas sim que sentiu uma caganeira do tamanho da muralha da China, tanto que, já teria um ligeiro borrão na ceroula). Passados alguns dias, já os mantimentos faltavam, as forças faltavam, a vontade faltava!!! Anacleta, a Avozinha, começou pela primeira vez a ter pensamentos alternativos de arrependimento, que logo se lhe esvaíram quando, vinda do nada, uma pedra aterra-se-lhe nos cornos.

NOTA: Todo o conteúdo deste blog é da responsabilidade de um conjunto alargado de pessoas e respectivas atitudes, que sem muito esforço, conseguiram enlouquecer por completo o autor, provocando uma série de devaneios sem nexo, sem lógica e, definitivamente sem nenhuma razão de ser.